A ÓPERA INFANTIL NO PANORAMA PORTUGUÊS: DA UTOPIA DO PATRIMÓNIO CULTURAL À INTERTEXTUALIDADE ÉTICA, PENSAMENTO CRÍTICO E CRIATIVIDADE

Rafael Araújo

O desafio que se coloca à educação artística e à aprendizagem com e pelas artes é um espaço de abertura e permanente diálogo. O presente artigo apresenta três conceitos teóricos – intertextualidade ética, pensamento crítico e criatividade – em diálogo com as práticas artísticas e a promoção do património cultural. A narrativa que nos encontramos ainda carece de domínios transversais e plurais, ascendendo a (des)informação e (des)conhecimento. O espaço coletivo das artes é o do vínculo emocional, da afetividade e construção de significados. A ópera infantil escasseia de estudo no domínio musicológico deixando à margem possíveis conexões entre as artes performativas, o património cultural e a aprendizagem não-formal. A experiência estética é um conceito multidimensional, em que as criaças são estimuladas a produzir, criar e (re)criar objetos artísticos. Pela arte se criam humanos livres, capazes de refletir e educar para a tolerância e compaixão. O património cultural, sendo uma atividade de memória, do presente e de projeção futura, torna-se mais respeitado tanto quanto mais expressões estéticas as crianças usufruírem.