PATRIMÔNIO CULTURAL: DA IMPOSIÇÃO A INVISIBILIDADE!

Marcos Canetta Rufino, Roberto Michetti Moreira

O referido artigo trata da escravidão em Santa Catarina e seus desdobramentos nos aspectos histórico e humano. Como também, busca descortinar as ideias tidas como verdades absolutas de que na referida região, o processo escravocrata foi diferenciado de outras localidades brasileiras dada a diminuta extensão de terra para a produção agrária no Estado Catarinense. Essas afirmações acabaram por construir uma forma de escravidão paralela, ou seja, diferente de outras regiões, concomitante a crença de que os alemães e italianos do Sul do Brasil não utilizaram de forma constante a mão-de-obra escrava, colocando-se como melhores do que os outros europeus (portugueses e espanhóis). O que queremos dizer é que a referida afirmativa esconde a escravização de indígenas e negros pelo imigrante europeu em Santa Catarina. Neste sentido, houve por parte do imigrante europeu uma desconstrução da identidade e do patrimônio material e imaterial de negros e indígenas neste Estado. Esta situação se observa de forma nítida quando avaliamos a qualidade de vida das populações negras e indígenas em toda região Sul. Reiteramos de forma contundente que sem a força de trabalho de negros e indígenas seria impossível construir o Estado de Santa Catarina da forma que o conhecemos. Obviamente que não desconsideramos o trabalho e a contribuição dos imigrantes europeus. No entanto, sem vias de dúvida, as estruturas racistas e eugenistas que ainda se fazem presentes no certame Catarinense, se dá pela insistência da imposição da visão eurocêntrica consubstanciada por descendentes de alemães e italianos que reforçam a invisibilidade da presença dos povos negros e indígenas no Estado. Palavras-chave:Subdesenvolvimento, Escravidão, Racismo, Invisibilidade, Desconstrução